A Língua Brasileira de Sinais evoluiu muito nesses últimos anos, principalmente no que se refere a novos e criativos métodos para ensiná-la a outras pessoas. Paralelo a isso, portadores de necessidades especiais que precisam se comunicar através de Libras também começaram a ter mais acessibilidade a espaços públicos, o que se mostra uma melhor qualidade de vida para muitos.
Por sinal, há muitos cursos online interessante a respeito do assunto, e que podem orientar melhor as pessoas. No entanto, ainda existe muita desinformação quando o assunto e Língua de Sinais, e, ainda hoje, surgem dúvidas a respeito.
Por isso, a seguir, mostramos um guia com as principais dúvidas em relação a esse assunto, e como, na verdade, são questões bem simples de serem elucidadas.
As Libras podem expressar conceitos abstratos?
Sim. Muitas pessoas pensam que a Língua de Sinais só pode expressar coisas e objetos concretos, mas, também pode passar conceitos simbólicos, como sentimentos de tristeza, raiva, alegria, e por aí vai. E, a partir dessa premissa, pessoas com necessidades especiais na audição podem, sim, discutir a respeito de qualquer assunto que seja, como política, religião, futebol, artes, etc.
E, essa abstração só é possível porque o emissor não expressa somente os sinais a partir do significado concreto deles, mas também através de expressões faciais e corporais que transmitem estado de espírito, e, por isso pessoas pessoas assim têm plenas condições de conversarem sobre todo e qualquer conceito abstrato que existe.
A Língua de Sinais seria única e exclusiva para todas as pessoas surdas do mundo?
Não. Para diversos países do mundo, as Línguas de Sinais são diferentes. Nos EUA, por exemplo, essa língua é o ASl, na Inglaterra é o BSL, em Portugal é o LGP, e no Brasil é o LIBRAS. Ou seja, a Língua de Sinais varia também de acordo com o idioma de cada localidade, funcionando, basicamente da mesma maneira que a linguagem oral.
Ou seja, se pessoas com necessidades especiais de audição no Brasil viajarem para os EUA e tiverem que se comunicar com pessoas de lá, o ideal é aprenderem a Língua de Sinais estadunidense, como se estivessem aprendendo o inglês oral.
Existem falhas de organização gramatical na Língua de Sinais?
Não. A Língua de Sinais é diferente da língua falada, tanto é que as Libras brasileiras se originaram da Língua de Sinais da França, enquanto que a portuguesa se originou da inglesa. Ou seja, independem dos idiomas orais.
E, assim como acontece nas línguas faladas, as de Sinais também possuem os seus empréstimos linguísticos, o que torna essa linguagem tão roca quanto a oral.
A Língua de Sinais tem conteúdo restrito e comunicação superficial?
Não. As Línguas de Sinais podem muito bem ser usadas para outras atividades referentes à línguas humanas em geral, como por exemplo, a produção de um poema, de uma história ou até mesmo de um argumento sobre um assunto qualquer. Ou seja, que detém essa linguagem pode opinar, criticar e aconselhar com base em seus conhecimentos tranquilamente.
A Língua de Siais, portanto, não é inferior a nenhuma outra que existe. é apenas mais uma língua, como outra qualquer.
As Línguas de Sinais seriam o reflexo natural dos ouvintes?
Não. Aprender essa linguagem através dos gestos não é tão simples e fácil quanto se imagina. Muito pelo contrário: é necessário muita dedicação para aprender as Línguas de Sinais, e, portanto, aprendê-la apenas por gestos é um mito que muitas pessoas ainda alimentam por aí.
Para se ter uma ideia do tamanho da dificuldade para o aprendizado dessa linguagem, o cérebro é divido em dois hemisférios, o esquerdo e o direito. Enquanto o primeiro é responsável pelas informações linguísticas, o segundo pelas informações espaciais e visuais. Para aprender a Língua de Sinais é preciso usar ambos os hemisférios, em um sistema complexo.
Portanto, antes de imaginar que é relativamente fácil aprender Libras, lembre-se de que o esforço para tal acaba sendo redobrado do que aprender uma nova linguagem para quem não tem necessidades especiais quanto à audição.
Mas, no geral, o que tem que ser combatido mesmo é o preconceito, que, felizmente, está menor do que em outros tempos, mas, que ainda dificulta muitas pessoas que precisam aprender a linguagem de Libra. Portanto, é ficar sempre atento para atender as necessidades dessas pessoas sempre da melhor maneira possível.