Falta de visão do MEC sobre EAD pode prejudicar futuras gerações, alerta entidade | Matheus Leitão – VEJA

Falta de visão do MEC sobre EAD pode prejudicar futuras gerações

O Ministério da Educação (MEC) é responsável por garantir a qualidade da educação no Brasil, mas parece estar falhando em um aspecto crucial: a educação a distância (EAD). De acordo com uma entidade que representa instituições de ensino superior, a falta de visão do MEC sobre a EAD pode prejudicar futuras gerações. Em entrevista à revista VEJA, o presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Celso Niskier, alerta para os riscos dessa falta de visão e aponta possíveis consequências negativas para o futuro da educação no país.

A crescente demanda por EAD

Nos últimos anos, a educação a distância tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil. Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2019, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o número de matrículas em cursos de graduação a distância cresceu 145% entre 2009 e 2019. Além disso, a modalidade já representa cerca de 30% do total de matrículas em cursos de graduação no país.

Esses números mostram que a EAD é uma realidade e uma tendência no cenário educacional brasileiro. No entanto, segundo Niskier, o MEC ainda não tem uma visão clara e estratégica sobre essa modalidade de ensino, o que pode trazer consequências negativas para o futuro da educação no país.

A falta de regulamentação adequada

Um dos principais problemas apontados pela ABMES é a falta de regulamentação adequada para a EAD. Segundo Niskier, o MEC ainda não possui uma legislação específica para a modalidade, o que gera insegurança jurídica para as instituições de ensino e para os alunos. Além disso, a falta de regulamentação pode abrir espaço para a atuação de instituições de ensino de má qualidade, prejudicando a credibilidade da EAD.

Outro ponto preocupante é a falta de fiscalização por parte do MEC. De acordo com Niskier, o órgão não tem estrutura suficiente para fiscalizar todas as instituições de ensino a distância, o que pode permitir a atuação de instituições fraudulentas e de baixa qualidade.

O risco da precarização do ensino

Com a falta de regulamentação e fiscalização adequadas, a EAD pode correr o risco de se tornar uma modalidade precarizada de ensino. Segundo Niskier, isso pode acontecer devido à falta de investimento em tecnologia e infraestrutura por parte das instituições de ensino, além da ausência de um corpo docente qualificado para atuar na modalidade.

Além disso, a falta de regulamentação pode permitir que as instituições ofereçam cursos com carga horária reduzida e sem a qualidade necessária, prejudicando a formação dos alunos e comprometendo a qualidade da educação no país.

A importância da EAD para a democratização do ensino

Apesar dos desafios e riscos apontados pela ABMES, é importante ressaltar que a EAD tem um papel fundamental na democratização do ensino no Brasil. Com a modalidade, é possível levar educação de qualidade para regiões remotas e para pessoas que não têm acesso à educação presencial, seja por questões geográficas, financeiras ou de tempo.

Além disso, a EAD também permite que pessoas que já estão inseridas no mercado de trabalho possam continuar estudando e se qualificando, sem precisar abandonar suas atividades profissionais.

A necessidade de uma visão estratégica do MEC

Diante dos desafios e riscos apontados pela ABMES, é fundamental que o MEC tenha uma visão estratégica sobre a EAD. Isso inclui a criação de uma legislação específica para a modalidade, a fiscalização adequada das instituições de ensino e o incentivo ao investimento em tecnologia e infraestrutura.

Além disso, é importante que o MEC

Alex Barbosa

Especializado em Design pelo Istituto Europeo di Design (Espanha), formado em Marketing Digital pelo Instituto Infnet e em Programação Neurolinguística pelo INAp. Trabalhou por anos em grupos empresarias como Magazine Luiza, Merck e Knoll Basf Pharma. Além de empreendedor, é um entusiasta por inovação.

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