Isso é Tão “Black Mirror”!

O futuro é agora, e se anuncia com um misto de espanto e fascinação. E, uma das áreas que vem causando maior alvoroço em termos de avanços tecnológicos é a robótica, principalmente, após a criação de Sophia, “uma” robô que, pela primeira vez na história recebeu cidadania de um país (no caso a Arábia Saudita), ou seja, o primeiro humanoide a receber enquadramento legal e político, ironicamente, com mais direitos do que as próprias mulheres sauditas. Não obstante, ela ainda “concedeu” uma entrevista para a Web Summit, cujas respostas poderiam causar temores aos mais impressionados.

Criada pela empresa Hanson Robotics, que é liderada pelo especialista em inteligência artificial David Hanson, Sophia, aos olhos do muitos, representam um avanço significativo a respeito da inteligência artificial.

Então, qual será o limite (se é que pode haver um limite)?

A questão é que robôs fazem parte da nossa vida cotidiana há muito tempo, mesmo sem percebermos. Alguns deles já substituíram humanos em linhas de produção consideradas perigosas e/ou repetitivas, e essa é uma tendência que só faz crescer. E, dentro desse panorama, existem casos de tecnologia que vão além de proporcionarem meras tarefas programadas em fábricas e indústrias. Antes mesmo de Sophia, por exemplo, foi criado Watson, um software de computação cognitiva da IBM. O impressionante é que ele podia estabelecer um dialogo claro e conciso com nós, humanos, e, em muitos casos, podia até assumir a personalidade de seu instrutor. Automaticamente, pensou-se na aplicação dessa tecnologia na substituição dos atendentes de call Center.

Porém, Watson e Sophia são apenas alguns dos casos extremos envolvendo o avanço da robótica na atualidade, pois, há algum tempo que sistemas autônomos já são uma realidade. Robôs domésticos, por exemplo, estão se tornando cada vez mais comuns, inclusive, sendo comercializado no Brasil um tipo que limpa a casa, enquanto os moradores dela trabalham. Carros autônomos também estão começando a ganhar espaço entre os consumidores. Portanto, não é de se espantar que tenhamos, agora, Watson e Sophia como uma realidade totalmente palpável.

Existe até um termo que é utilizado especificamente para esse tipo de tecnologia, que se chama “Internet of Things” (literalmente, “Internet das Coisas”), a nada mais são do que dispositivos inteligentes que trocam informações sem a intervenção humana. Nesse caso, a coleta de dados é em tempo real, e a “resposta” é dada de acordo com a necessidade das ações. Ou seja, é, em linhas gerais, uma expansão da conectividade. São esses os aspectos geradores de Sophia, portanto.

Só que, pra tantos outros, a robô criada pela Hanson Robotics não representa um avanço tão grande assim. Para Mário Rui André, que escreve para o site Shfter, “Sophia responde a determinados comandos pré-estabelecidos (como os que podem ser encontrados aqui), não tendo as capacidades de aprendizagem que esses assistentes pessoais, mais desenvolvidos, já têm”. Ainda segundo ele, “o sentido da sua evolução, procurando sintetizar e replicar expressões próprias do seu humano, é questionável, uma vez que nenhuma destas características será necessariamente útil na sua relação ao serviço da humanidade”.

Enfim, mesmo que fiquemos vislumbrados com uma máquina agindo e interagindo como um ser humano, questões éticas e morais precisarão ser debatidas com bastante vigor num futuro não tão distante, a fim de que a tecnologia seja usada como benefício à humanidade, e não mais que isso.

ELLE Brasil entrevista Sophia, em Hong Kong

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Confira os episódios da quarta temporada de Black Mirror, do pior ao melhor.

 

Alex Barbosa

Especializado em Design pelo Istituto Europeo di Design (Espanha), formado em Marketing Digital pelo Instituto Infnet e em Programação Neurolinguística pelo INAp. Trabalhou por anos em grupos empresarias como Magazine Luiza, Merck e Knoll Basf Pharma. Além de empreendedor, é um entusiasta por inovação.

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