O tão famoso boteco é quase uma instituição no Brasil. De reduto de artistas a simplesmente um lugar descontraído para passar as horas com os amigos depois do trabalho ou da faculdade, o boteco também é um negócio que pode ser bastante lucrativo. São vários espalhados ao redor do país, cada um com uma particularidade bem específicas, a depender da região.

E, assim como a variedade de botecos que temos por aí é grande, também temos uma variedade de cursos e tutoriais sobre o tema, provando que este é um nicho de sucesso, e que pode render um ótimo empreendimento. O investimento, na maior parte dos casos, é certo e garantido, pois o retorno que se tem é bem rápido.

Mas, sobre os botecos, em si, você sabe qual a história deles, de onde surgiram, e qual a importância deles em termos “sociais” para uma região?

Então, acompanhem o rápido panorama que daremos a seguir.

Origem

Pra quem não sabe, boteco é a abreviação da palavra botequim, que, por sua vez, é originária de outros dois termos bem específicos: botica, em Portugal, e bodega, na Espanha. Todos, no final, derivam de uma única palavra: apothéke, que vem do grego, e que significa, literalmente, depósito.

Depósito, por sinal, é uma palavra que vem muito a calhar nesse caso, visto que em Portugal e na Espanha esses lugares realmente serviam para guardar todo tipo de coisas, de mantimentos a miudezas. E, claro, com o passar do tempo, os botecos passaram a representar um ponto de encontro entre os clientes que, habitualmente, iam sempre comprar lá.

E, é aí que aconteceu dos proprietários desses lugares terem a brilhante ideia de oferecem aperitivos e bebidas aos seus clientes, como forma de agrado e estimulando não somente o comércio do lugar, mas, também oferecendo esses locais como redutos de encontros entre as pessoas da região. É muito comum todos que frequentam o mesmo boteco se conhecerem, ou passarem a se conhecer ali (e, essa é uma das grandes características dos botecos em geral).

Já, no Brasil, esses estabelecimentos começaram a ser abertos em decorrência da existência dos armazéns portugueses, que faziam sucesso em meados do século 19. Os pioneiros, neste caso, foram, os do Rio de Janeiro, onde os mais tradicionais se encontravam nos bairros de Gamboa, Santo Cristo e Saúde.

Misto de armazém e bar, os botecos que foram sendo inaugurados no Brasil fizeram tanto sucesso, que se espalharam pelo país, e alguns resistem até hoje como tradicionais pontos de socialização, como o bar do Seu Domingos, no bairro de Santo Cristo, no Rio de Janeiro, e a Bodega do Véio, localizado na cidade de Olinda, em Pernambuco.

Bom salientar que, antes, só homens frequentavam os botecos, e apenas muito tempo depois, é que as mulheres passaram a frequentar esses locais também. Felizmente, hoje em dia, os tempos são outros, e os botecos são redutos dos mais democráticos que se pode encontrar numa cidade.

As relações entre fregueses e proprietários, em geral, são de extrema familiaridade, já que muitos dos clientes de um botecos são clientes habituais, que sempre vão naquele mesmo lugar. É verdade que alguns botecos, ao longo dos anos, ficaram mais modernos, ampliando a variedade de produtos oferecidos e tal. Mas, o espírito é o mesmo: oferecer um ponto onde as pessoas possam se encontrar amistosamente pra fazer compras, ou simplesmente aproveitar um final de semana com os amigos.

O boteco mais antigo do Brasil

Não está em São Paulo, nem no Rio. O boteco mais antigo no Brasil se encontra em Minas Gerais, que também possui tradição nesse tipo de estabelecimento. Ele se chama Bar do Dito Nable, e está localizado no município de Adrelândia, a cerca de 300 km da capital.

Mesmo com muitas reformas ocorridas no local recentemente, o bar continua a pleno vapor mesmo tendo 136 anos (ele foi fundado, ao que tudo indica, em 1882)! Situado bem ao lado da Igreja Matriz, o local serve de ponto de encontro antes e depois da celebrações religiosas.

Um dos mais tradicionais botecos de Minas (e, do Brasil), o Bar do Dito Nable é exemplo de patrimônio vivo, e que merece uma visita a quem for visitar a cidade um dia.