Bebê Reborn: uma paixão e um grande negócio!

Muitos produtos que vão surgindo soam tão inacreditáveis aos nossos olhos, que, às vezes, paramos e pensamos: “mas, pra quê, exatamente, alguém faria algo assim?”. Talvez, essa seja a sensação que muitos possam ter quando se deparam com um bebê reborn (ou, boneca reborn) pela primeira vez. Explicando de uma forma bem prática, trata-se de uma boneca que retrata as feições de um ser humano de maneira muito fidedigna, chegando a se assemelhar bastante a um bebê.

O próprio termo “reborn” teve uma origem, segundo relatos, um tanto peculiar. Durante a Segunda Grande Guerra, era praticamente impossível encontrar brinquedos à venda na Inglaterra. Paralelo a isso, para aliviar a tensão daquele momento e satisfazer as suas crianças, algumas mães passaram a “adaptar” bonecas que tinham em suas casas. Assim, surgiam novos brinquedos, e o termo “reborn” (renascer) passou a ser usado para denominar essas “bonecas novas”.

De lá pra cá, o termo “pegou”, e passou a ser comum a readaptação de brinquedos antigos em algo totalmente novo, com técnicas cada vez mais avançadas.

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O “nascimento” de um bebê reborn

Para se fazer esse tipo de brinquedo, ainda é necessária a utilização de matérias importados, além da técnica ser um tanto complexa. Com o intuito de dar as feições necessárias ao “bebê”, os artesãos, geralmente, importam partes separadas do corpo, como cabeça, pernas e mãos. O material que compõe essas partes, na maioria das vezes, é de vinil, silicone ou simplesmente de uma liga que une ambos e vem numa cor única.

Parte por parte, o artesão vai unindo as peças, para depois colocar uma espécie de enchimento. Por isso, a boneca fica com uma textura tão macia, imitando perfeitamente a pele humana. Nesse momento, a base (no caso, o “corpo”) já está montada.

É então que o artesão começa a dar “cor” para a pele do bebê. E, para isso, são utilizadas tintas que não sejam tóxicas, e que são desenvolvidas especialmente para esse tipo de técnica. A pintura, então, é feita através de uma camada bem fina, até chegar ao tom de pele que se deseja. Ao mesmo tempo, essa parte da pintura serve para definir os traços que um bebê normalmente possui, tipo as veias e as pequenas manchas que a pele naturalmente tem.

A próxima etapa na composição da boneca é a implantação dos olhos, cujo material pode ser de acrílico, vidro, ou até mesmo de silicone. Pelo fato da cor e do formato dos olhos ser variada, isso permite chegar a um nível de perfeição ainda maior, chegando o mais próximo possível das características de um bebê real.

A etapa que agora se segue é o da implantação do cabelo, outra característica fundamental para dar ainda mais verossimilhança à boneca. O material é de feita a partir da lã nova de Mohair (uma espécie de ovelha encontrada no Tibet), cujos fios tão tingidos da cor que se espera ficar. A implantação é feita (acreditem!) fio a fio, para que o resultado fique o mais real possível.

Finalizando todas essas etapas, temos acabamento propriamente dito, onde também são colocados alguns acessórios, como brincos, chupetas, roupas e fraldas.

Recebendo um bebê reborn

Não por acaso, os artesãos que confeccionam esse tipo de boneca são apelidados de “cegonhas”, e a entrega do “bebê” tem toda a pompa que um recém-nascido merece, com direito a certidão de nascimento (que recebe o nome da “mãe” do bebê), além de informações extras, como peso, data de nascimento, e por aí vai. Tudo para ser o mais verossímil e realista que o momento puder ser.

Fazendo cópias

Ok, as características são extremamente realistas, e, num olhar mais desatento, dá pra confundir um bebê reborn com um bebê real. Mas, será que dá para fazer uma cópia fiel a partir de uma foto de um bebê de verdade? A resposta é: nem sempre.

E, a impossibilidade é bem simples de esclarecer: os moldes básicos para a confecção da boneca são importados, e não feitos sob medida especificamente para cada cliente. Agora, é possível transferir muitas das características de um bebê real para um reborn, no entanto, o artesão precisará se dedicar bastante, e se esmiuçar em pequenos detalhes, pois, traços precisarão ser adaptados, como pele, cabelos, olhos e peso.

Ou seja, às vezes, nem sempre o resultado final fica tão próximo da realidade quanto o desejado, mas, existem artesãos que, com o tempo de experiência adquirido, conseguem se aproximar bastante do bebê real.

Custo da “brincadeira”

A busca por bebês reborn está crescendo bastante nos últimos tempos, e é diretamente proporcional ao valor que muitos aceitam desembolsar pela boneca.

A maioria custa entre R$ 1.200 e R$ 5 mil, mas o valor pode chegar até inacreditáveis R$ 12 mil. O que vai determinar o valor do “produto”, claro, vai ser a qualidade do trabalho do artesão, em termos de realismo e do material utilizado para a confecção.

Ainda há a questão de que muitas pessoas não se contentam com apenas um bebê reborn (afinal, muitos gostariam de ter gêmeos ou até trigêmeos!).

O tempo para um bebê reborn ficar pronto também vai variar bastante, podendo ir de semanas até meses, a depender do grau de dificuldade da encomenda realizada. Por causa dessa demora, alguns clientes optam por adaptações mais simples de modelos de bebês já catalogados.

 

Alex Barbosa

Especializado em Design pelo Istituto Europeo di Design (Espanha), formado em Marketing Digital pelo Instituto Infnet e em Programação Neurolinguística pelo INAp. Trabalhou por anos em grupos empresarias como Magazine Luiza, Merck e Knoll Basf Pharma. Além de empreendedor, é um entusiasta por inovação.

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