Debate sobre oferta de cursos EaD e posicionamento das entidades da Psicologia – CFP
A educação a distância (EaD) tem se tornado cada vez mais popular no Brasil, principalmente devido à sua flexibilidade e acessibilidade. No entanto, essa modalidade de ensino também tem gerado debates e questionamentos, especialmente quando se trata da oferta de cursos na área da Psicologia. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) tem se posicionado de forma crítica em relação a essa questão, levantando importantes reflexões sobre a qualidade e a formação dos profissionais da área. Neste artigo, discutiremos o debate sobre a oferta de cursos EaD na Psicologia e o posicionamento do CFP em relação a esse assunto.
A popularização da EaD e seus impactos na formação dos profissionais da Psicologia
Nos últimos anos, a EaD tem se expandido significativamente no Brasil, impulsionada pela crescente demanda por educação e pela evolução tecnológica. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), em 2019, cerca de 9,3 milhões de estudantes estavam matriculados em cursos a distância, representando um aumento de 50% em relação ao ano anterior. Essa modalidade de ensino tem sido vista como uma alternativa para aqueles que não têm acesso à educação presencial, seja por questões geográficas, financeiras ou de tempo.
No entanto, quando se trata da formação de profissionais da área da Psicologia, a oferta de cursos EaD tem gerado preocupações e debates. Isso porque a formação em Psicologia requer uma série de habilidades e competências que vão além do conhecimento teórico, como a capacidade de lidar com situações complexas e sensíveis, a empatia e a escuta ativa. Além disso, a prática profissional da Psicologia envolve o contato direto com o paciente, o que pode ser comprometido em um curso a distância.
O posicionamento do CFP em relação à oferta de cursos EaD na Psicologia
Diante dessas questões, o CFP tem se posicionado de forma crítica em relação à oferta de cursos EaD na área da Psicologia. Em 2018, o Conselho emitiu uma nota técnica em que se posiciona contra a autorização de cursos de graduação em Psicologia na modalidade a distância. Segundo o CFP, a formação em Psicologia requer uma prática intensa e diversificada, que não pode ser garantida em um curso a distância.
Além disso, o CFP também aponta que a formação em Psicologia deve ser pautada em uma perspectiva crítica e reflexiva, o que pode ser comprometido em um curso EaD. A nota técnica também destaca a importância da formação presencial para o desenvolvimento de habilidades como a escuta ativa e a empatia, fundamentais para o exercício da profissão.
Os riscos da oferta de cursos EaD na Psicologia
Além das questões relacionadas à formação dos profissionais, a oferta de cursos EaD na Psicologia também pode trazer riscos para a qualidade do ensino e para a saúde dos estudantes. Um estudo realizado pela Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE) apontou que os cursos de Psicologia a distância apresentam uma taxa de evasão de 50%, enquanto a média geral dos cursos presenciais é de 25%. Isso pode ser explicado pela falta de acompanhamento e suporte aos estudantes, que muitas vezes se sentem desmotivados e desamparados em um curso a distância.
Além disso, a formação em Psicologia também envolve a realização de estágios supervisionados, que são fundamentais para a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos. No entanto, em um curso EaD, esses estágios podem ser comprometidos, já que muitas vezes os estudantes não têm acesso a locais adequados para a realização dessas atividades.
A importância da formação presencial na Psicologia
A formação presencial é fundamental para a área da Psicologia, pois permite o desenvolvimento de