Estatisticamente falando, a grande maioria dos envolvidos com o mercado da computação são homens. O desequilíbrio de gênero nessa área é um problema e não é um segredo – hoje, apenas 15% dos graduados em cursos ligados a computação são mulheres. Dependendo do país, este número pode ser até menor.
Um estudo global organizado pela OECD, chamado de O que está por trás da desigualdade de gênero na educação?, aponta que “Os pais são mais propensos a esperar que os seus filhos, em vez de suas filhas, trabalhem em um campo da ciência, tecnologia, engenharia ou matemática – mesmo quando seus meninos e meninas de 15 anos de idade apresentam o mesmo nível de desempenho em matemática.”
Nas décadas passadas, o número de mulheres envolvidas com tecnologia era surpreendentemente maior e várias delas foram pioneiras na programação de computadores. Porém, quando lemos sobre os maiores ícones da tecnologia, quase nunca uma mulher é citada. 🙁
Para corrigir esta falha, daremos crédito para quem é devido, celebrando o trabalho de três fantásticas programadoras.
Ada Lovelace (1815-1852) – Pioneira na programação
Ada Lovelace foi a primeira filha de Lord Byron, notório poeta romântico britânico que personificou o excesso aristocrático, e foi considerado “louco, ruim e perigoso”. A mãe de Ada, Lady Wentworth, estava tão interessada que Ada evitasse “tendências poéticas perigosas”, que Ada foi educada quase que exclusivamente em matemática.
Ironicamente, porém, Ada encontraria poesia em números. Aos 17 anos, Ada traduziu um artigo escrito sobre a chamada máquina analítica – um computador mecânico inicial projetado por seu amigo e mentor, o matemático Charles Babbage. Além de traduzir o artigo do francês para o inglês, ela adicionou notas sobre a máquina e como funcionaria.
Hoje, essas notas são consideradas como o primeiro algoritmo, tornando Ada pioneira na programação de computadores. Há quem diga que Ada é a mãe de todos os programadores.
Abaixo você pode ver um conjunto de notas escrito por Ada, considerado como o primeiro programa de computador:
Jean Jennings Bartik (1924-2011) – Engenheira de Software
Em seu obituário, o New York Times chamou Jean Bartik de pioneira em programação de computadores e na tecnologia que passou a ser conhecida como software.
Jean foi uma das últimas sobreviventes de um grupo de seis matemáticas que programaram o Eniac (Electronic Numerical Integrator and Computer), o primeiro computador digital totalmente eletrônico. Construído pelos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial, conseguia calcular em 15 segundos, trajetórias de mísseis que levariam 40 dias pelo esforço humano. Embora só tenha terminado após o final da guerra, hoje é considerado um marco na computação moderna.
De acordo com Jean, os homens que estavam construindo a máquina (isto é, o hardware da máquina), consideraram a programação sem importância. Surpreendentemente, quando o Eniac acabado foi revelado ao público, Jean e suas colegas codificadoras também foram consideradas sem importância e nem sequer foram apresentadas.
A história agora lembra das contribuições deixadas por mulheres no campo da informática nos últimos anos. Antes do 50º aniversário do Eniac, o Wall Street Journal publicou uma matéria intitulada “A história do software começa com o trabalho feminino inteligente“.
Veja este vídeo:
Grace Hopper (1906-1992) – A Rainha do Software
Conhecida mais como Grandma COBOL ou Queen of Software, a Contra-almirante da Marinha Grace Hopper revolucionou a forma como conversamos com computadores. Inicialmente, os computadores falavam em código binário. Grace acreditava que o código escrito deveria estar mais próximo do inglês, abrindo o caminho para mais programadores que poderiam comandar os computadores com mais entusiasmo. Seu trabalho levou ao desenvolvimento de uma linguagem de programação chamada COBOL, em 1959. Surpreendentemente, 53% das empresas pesquisadas em 2012 ainda estavam usando a COBOL para construir novas aplicações de negócio.
Ela também cunhou o termo ‘bug’. Erros detectados no computador Mark II foram causados por um inseto (bug em inglês) entre as conexões, originando o termo usado até hoje para erros no computador.
Grace desejava viver até o ano 2000 para dizer a todos os duvidosos: “Nós dissemos a vocês que o computador poderia fazer tudo isso”.
Hoje a Grace Hopper Celebration é uma série de conferências destinadas a promover a pesquisa e os interesses profissionais das mulheres. Leva este nome como uma homenagem à cientista da computação Grace Hopper.
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