Mixagem: A Arte de Produzir um “Bom Som”

Um processo artístico exige muito de diversos profissionais. Na música, por exemplo, há os que são compositores, músicos propriamente ditos e produtores. Cada um com uma função específica, mas, que juntos conseguem dar uma unidade a um som que esteja sendo feito. Nesse processo em relação à música, no entanto, existe um campo que, às vezes, é negligenciado, mas, que faz muita diferença no resultado de tudo, que é o da mixagem.

E, a mixagem é um processo que, de fato, não pode ficar em segundo plano, já que é ela que “soma” as diferentes informações de áudio, dando uma espécie de unidade sonora e motiva à música em questão. Ou seja, se fomos pensar nesse processo como algo que agrega valores à arte musical, podemos dizer, sem medo de erra, que o engenheiro de mixagem trabalha também como compositor e arranjador.

Uma pequena história

Ok, e se a mixagem, no geral, é isso, então, trata-se de uma profissão mais antiga do que se imaginava, mais precisamente, há cerca de um século atrás. Em 1910, o engenheiro francês Leon Gaumant demonstrou o funcionamento do primeiro mixer de que se tem notícia, uma espécie de gramofone, que servia para sincronizar e mixar duas músicas.

No entanto, a invenção de Gaumant surgiu mais para sanar um problema do cinema, do que experimentar novas possibilidades musicais. Isso porque como o cinema da época era mudo, a execução das músicas era feita nas salas de cinema através dos vinis. Só que como o tempo de execução deles era limitado, geralmente, parava-se o filme para a troca do disco. Com a invenção desse mixer, a pausa não era mais necessária.

Contudo, a coisa foi mudando de figura com o aparecimento da gravação elétrica (onde um sinal elétrico de áudio era processado através de alguns dispositivos eletrônicos). Já nos anos 40, temos a primeira gravação multipista em fita. Com isso, os instrumentos podiam ser gravados em diferentes fitas, para serem “somadas” depois. Foi a partir desse processo que apareceu o termo “mix” que logo foi adaptado à nossa língua, e passou a ser chamado de mixagem.

O que faz um engenheiro de mixagem?

Com o avanço gradativo das tecnologias, uma profissão acabou surgindo em meio a novas possibilidades de produzir música, que é o engenheiro de mixagem. Mas, qual a sua função? Em primeiro lugar, ele trabalha com “stems”, que são informações de áudio, seja ele digital ou analógico. E, de onde vêm essas informações? Simples: do editor de áudio, que, ao selecionar os melhores takes gravados, faz alguns ajustes neles para que estejam prontos para a mixagem.

No entanto, como hoje praticamente tudo é informatizado, geralmente, é a mesma pessoa quem produz, edita e mixa. Se esse for o caso, é bom ficar atento para algumas dicas fundamentais para que o trabalho saia da melhor forma possível. Por exemplo, para quem mixa em in-the-box, o recomendável é não misturar etapas, ou seja, ao começar a mixagem, tenha a certeza de que não há algum instrumento virtual ocupando espaço de processamento ao invés dos plugins de efeito.

Quando se fala em mixagem digital, também é importante salientar que o controle de latência do driver de áudio é fundamental. Isso porque, para somar os canais (o que chamamos de mixdown), é necessário um buffer size (quantidade de samples na memória física do computador) maior. Em suma, ao mixar, aumente a sua latência e espere até que o processador realize todos os seus processos, principalmente, a soma dos canais.

O que é, afinal, uma boa mixagem?

Quando você for trabalhar com mixagem, tenha em mente que a principal função dela é auxiliar na emoção da música. Isso porque, ao contrário do usualmente se pensa, de que ela serve meramente para equilibrar os timbres dos sons, ela tem bem mais finalidades do que isso. Por sinal, é de preferência que um engenheiro de som tenha passado por diversos estilos musicais, assim ele poderá ter uma visão bem mais ampla do rumo a seguir num determinado trabalho, e, com certeza, terá um ouvido mais apurado.

O resto vai muito de acordo com a criatividade de todos os envolvidos, desde o artista em si, até o engenheiro de som. Ou seja, pratique e não se prenda a muitas fórmulas, que os bons resultados, certamente, virão.

 

Alex Barbosa

Especializado em Design pelo Istituto Europeo di Design (Espanha), formado em Marketing Digital pelo Instituto Infnet e em Programação Neurolinguística pelo INAp. Trabalhou por anos em grupos empresarias como Magazine Luiza, Merck e Knoll Basf Pharma. Além de empreendedor, é um entusiasta por inovação.

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