Impacto da obrigatoriedade de aulas presenciais no Ensino a Distância: milhões podem ser excluídos do ensino superior, alerta associação – São Bento em Foco

Impacto da obrigatoriedade de aulas presenciais no Ensino a Distância

O Ensino a Distância (EaD) tem se tornado cada vez mais popular no Brasil, principalmente devido à sua flexibilidade e acessibilidade. Com a pandemia do novo coronavírus, essa modalidade de ensino se tornou ainda mais essencial, permitindo que milhões de estudantes continuassem seus estudos sem sair de casa. No entanto, recentemente, uma nova medida tem gerado preocupação: a obrigatoriedade de aulas presenciais no EaD. Segundo a Associação Brasileira de Ensino a Distância (ABED), essa medida pode excluir milhões de pessoas do ensino superior, principalmente aquelas que não possuem condições de frequentar aulas presenciais. Neste artigo, vamos analisar o impacto dessa decisão e suas possíveis consequências para a educação no país.

A popularização do Ensino a Distância no Brasil

O EaD tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil, principalmente nos últimos anos. Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2019, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o número de matrículas em cursos de graduação a distância cresceu 145% entre 2009 e 2019, enquanto as matrículas em cursos presenciais cresceram apenas 13%. Além disso, o EaD representa hoje cerca de 40% do total de matrículas em cursos de graduação no país.

Esses números refletem a crescente demanda por uma educação mais flexível e acessível, principalmente por parte de trabalhadores que desejam conciliar estudos e trabalho, pessoas que moram em regiões distantes dos grandes centros e indivíduos que possuem dificuldades de locomoção. Além disso, o EaD também tem se mostrado uma opção mais econômica, já que os custos com transporte e moradia são reduzidos ou até mesmo eliminados.

A obrigatoriedade de aulas presenciais no EaD

No entanto, recentemente, o Ministério da Educação (MEC) publicou uma portaria que torna obrigatória a oferta de aulas presenciais em cursos de graduação a distância. Segundo o MEC, essa medida tem como objetivo garantir a qualidade do ensino e a formação completa dos estudantes. No entanto, a ABED e outras entidades ligadas ao EaD alegam que essa decisão pode prejudicar milhões de pessoas que optaram por essa modalidade de ensino.

Uma das principais preocupações é com relação à exclusão de estudantes que não possuem condições de frequentar aulas presenciais. Muitos desses alunos escolheram o EaD justamente por não terem disponibilidade de tempo ou recursos para frequentar aulas presenciais. Além disso, a obrigatoriedade de aulas presenciais pode aumentar os custos dos cursos, tornando-os inacessíveis para muitas pessoas.

Impacto na inclusão social e na democratização do ensino

O EaD tem sido uma importante ferramenta para a inclusão social e a democratização do ensino no Brasil. Com a obrigatoriedade de aulas presenciais, essa conquista pode ser ameaçada. Segundo a ABED, a medida pode excluir principalmente estudantes de baixa renda, que não possuem condições de arcar com os custos adicionais de aulas presenciais. Além disso, pessoas com deficiência, que encontram no EaD uma forma de acessar o ensino superior, também podem ser prejudicadas.

Outro ponto importante é que a obrigatoriedade de aulas presenciais pode restringir a oferta de cursos de graduação a distância, já que muitas instituições de ensino podem não ter condições de oferecer aulas presenciais em todas as suas unidades. Isso pode limitar o acesso de estudantes de regiões mais afastadas, que muitas vezes não possuem opções de cursos presenciais em suas localidades.

Consequências para a educação no país

A obrigatoriedade de aulas presenciais no EaD pode ter consequências negativas para a educação no país. Além da exclusão de milhões de

Alex Barbosa

Especializado em Design pelo Istituto Europeo di Design (Espanha), formado em Marketing Digital pelo Instituto Infnet e em Programação Neurolinguística pelo INAp. Trabalhou por anos em grupos empresarias como Magazine Luiza, Merck e Knoll Basf Pharma. Além de empreendedor, é um entusiasta por inovação.

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