Debate sobre EaD entre CAPES, governo e instituições cearenses
A educação a distância (EaD) tem sido um tema cada vez mais presente nas discussões sobre o futuro da educação no Brasil. Com a pandemia do novo coronavírus, a modalidade se tornou ainda mais relevante, sendo a única forma de garantir a continuidade do ensino em meio ao distanciamento social. No entanto, o debate sobre a EaD não é recente e envolve diferentes atores, como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o governo e as instituições de ensino cearenses.
Neste artigo, vamos abordar as principais discussões e posicionamentos desses atores em relação à EaD, analisando seus impactos e desafios para a educação no Ceará e no país.
A atuação da CAPES na EaD
A CAPES é uma fundação vinculada ao Ministério da Educação (MEC) responsável pela coordenação e pelo fomento da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) no Brasil. Além disso, a instituição também é responsável pela avaliação e regulação dos cursos de pós-graduação no país.
Em relação à EaD, a CAPES tem um papel fundamental na regulamentação e no financiamento dos cursos oferecidos nessa modalidade. Desde 2005, a instituição possui um sistema de avaliação específico para os cursos de pós-graduação a distância, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES).
No entanto, a atuação da CAPES na EaD tem sido alvo de críticas por parte de alguns especialistas e instituições. Um dos principais pontos questionados é a falta de critérios mais rigorosos na avaliação dos cursos, o que pode comprometer a qualidade do ensino oferecido.
Além disso, a CAPES também tem sido criticada por não oferecer um apoio financeiro adequado para os cursos de pós-graduação a distância. Segundo dados da própria instituição, em 2019, apenas 2,5% dos recursos destinados à pós-graduação foram direcionados para a EaD.
O posicionamento do governo em relação à EaD
O governo federal tem se mostrado favorável à expansão da EaD no país, principalmente como forma de ampliar o acesso à educação superior. Em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que flexibiliza as regras para a oferta de cursos a distância no ensino superior.
No entanto, essa postura do governo tem gerado polêmica e preocupação entre especialistas e instituições de ensino. Muitos acreditam que a flexibilização das regras pode comprometer a qualidade do ensino e abrir espaço para a atuação de instituições de ensino de baixa qualidade.
Além disso, o governo também tem sido criticado por não oferecer um suporte adequado para a implementação da EaD nas instituições de ensino. Com a pandemia, muitas universidades e faculdades tiveram que se adaptar rapidamente para oferecer aulas a distância, mas sem um apoio financeiro e tecnológico suficiente, o processo tem sido desafiador.
O cenário da EaD no Ceará
No Ceará, a EaD tem ganhado cada vez mais espaço nas instituições de ensino superior. Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2019, o estado possui 33,5% dos alunos matriculados em cursos de graduação a distância no Nordeste.
Entre as instituições cearenses que oferecem cursos de pós-graduação a distância, destacam-se a Universidade Federal do Ceará (UFC), a Universidade Estadual do Ceará (UECE) e a Universidade de Fortaleza (UNIFOR). No entanto, essas instituições também enfrentam desafios em relação à qualidade e ao financiamento dos cursos.
Além disso, a EaD no Ceará também tem sido alvo de críticas por parte de alguns professores e estudantes. Muitos acreditam que a modalidade ainda não está preparada para substituir completamente