Consulta Pública do MEC sobre Ensino a Distância em Enfermagem – Coren-SP: Uma análise crítica
O Ministério da Educação (MEC) abriu uma consulta pública para discutir a possibilidade de autorizar cursos de graduação em Enfermagem na modalidade de Ensino a Distância (EaD). A proposta tem gerado polêmica e preocupação entre os profissionais da área, principalmente entre os enfermeiros registrados no Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP). Neste artigo, faremos uma análise crítica sobre essa consulta pública e seus possíveis impactos na formação e atuação dos enfermeiros.
O que é a consulta pública do MEC sobre Ensino a Distância em Enfermagem?
A consulta pública é uma etapa do processo de regulação e supervisão dos cursos de graduação, que tem como objetivo colher opiniões e sugestões da sociedade sobre a proposta de autorização de cursos de Enfermagem na modalidade EaD. A proposta foi apresentada pelo MEC em maio de 2021 e ficou disponível para contribuições até o dia 30 de junho.
Os argumentos a favor da autorização de cursos de Enfermagem na modalidade EaD
Os defensores da proposta argumentam que a modalidade EaD pode ampliar o acesso à formação em Enfermagem, principalmente para aqueles que não têm condições de frequentar um curso presencial. Além disso, alegam que a tecnologia e a infraestrutura atual permitem uma formação de qualidade, com recursos como aulas ao vivo, interação com professores e colegas, e materiais didáticos atualizados.
Outro argumento é que a pandemia da Covid-19 mostrou a importância do ensino remoto, e que a modalidade EaD pode ser uma alternativa para garantir a continuidade dos estudos em situações de crise ou emergência.
Os argumentos contra a autorização de cursos de Enfermagem na modalidade EaD
Por outro lado, os críticos da proposta apontam que a formação em Enfermagem exige uma prática intensa e constante, que não pode ser totalmente substituída por aulas virtuais. Alegam também que a formação em EaD pode comprometer a qualidade do ensino, já que os alunos não terão a mesma vivência prática e contato com pacientes que os estudantes presenciais têm.
Além disso, alegam que a formação em EaD pode gerar uma desvalorização da profissão, já que os enfermeiros formados nessa modalidade podem ser vistos como menos qualificados do que aqueles que fizeram um curso presencial.
A posição do Coren-SP
O Coren-SP, órgão responsável pela fiscalização e regulamentação da profissão de enfermagem no estado de São Paulo, se posicionou contrário à proposta do MEC. Em nota, o Conselho afirmou que “a formação em Enfermagem exige uma prática intensa e constante, que não pode ser totalmente substituída por aulas virtuais”. Além disso, o Coren-SP ressaltou que a formação em EaD pode comprometer a qualidade do ensino e a segurança dos pacientes atendidos pelos enfermeiros formados nessa modalidade.
Os possíveis impactos na formação e atuação dos enfermeiros
Caso a proposta do MEC seja aprovada, os cursos de Enfermagem na modalidade EaD poderão ser oferecidos por instituições de ensino superior em todo o país. Isso pode gerar uma grande demanda por profissionais formados nessa modalidade, o que pode impactar diretamente a formação e atuação dos enfermeiros.
Um dos principais impactos seria a falta de vivência prática, já que os alunos não terão a mesma experiência de estágios e atividades em campo que os estudantes presenciais têm. Isso pode comprometer a qualidade do atendimento prestado pelos enfermeiros formados em EaD, já que a prática é fundamental para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias para a profissão.
Além disso, a formação em Ea